Há mais de 30 anos, aceitei a Jesus como o meu Salvador em
uma pequena igreja Batista no interior de Minas. Lembro-me como se fosse hoje,
quando corajosamente levantei a mão, respondendo com alegria ao apelo feito por
um pastor visitante, que descreveu perfeitamente a minha situação de alguém que
se encontrava vacilante “em cima do muro”, sem saber se ficava de um lado ou do
outro nesta grande batalha entre as forças do mal e as forças do bem (1Re
18:21). A minha namorada na época, sentada do meu lado, ficou assustada com a
minha decisão, mas se manteve firme até a sua morte, que eu saiba, em não
assumir o mesmo compromisso de caminhar com Jesus rumo à vida eterna, para a
tristeza da sua mãe, uma fiel serva do Senhor e membro da Assembleia de Deus da
nossa cidade.
“São esses que naquele dia insistirão com Jesus que faziam
parte do seu povo, apesar de não terem produzido frutos de arrependimento e
santificação.”
Todo o Descrente Sabe que Vive em Desobediência a Deus
Antes desse dia, eu já sabia que se tomasse tal decisão
teria que haver uma mudança radical na minha vida, envolvendo lazer, vícios,
amizades, namoro e até profissão. Sem ninguém ter me alertado, no meu coração
eu já sabia dessas coisas. Não creio que existe algo diferente em mim quando se
trata de estar consciente em relação às coisas que Deus aprova e às coisas que
Ele desaprova. Na realidade, tenho certeza que todos os seres humanos adultos
estão bem a par de tudo aquilo que fazem contrário à vontade de Deus. Paulo nos
escreveu sobre isso: “pois mostram a obra da lei escrita no coração,
testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer
acusando-os, quer defendendo-os” (Rom 2:15). Esta verdade pode
ser facilmente confirmada com as pessoas que conhecemos. Pergunte qualquer
indivíduo, não convertido, e ele lhe dirá (se for honesto) que realmente teria
que abandonar certas práticas se aceitasse a Jesus. No seu íntimo, ele já sabe que
o mundo onde se encontra e o mundo que Deus oferece são incompatíveis, assim
como luz e trevas (2Cor
6:14). O Senhor coloca este conhecimento básico nas suas criaturas para que
a decisão de O seguir seja consciente e não às cegas. Se alguém não está
disposto a pagar o preço do discipulado, é melhor que fique de fora: “Quem não
leva a sua cruz e não me segue, não tem como ser meu discípulo. Pois qual de
vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas,
para ver se tem com que a acabar?” (Luc 14:27-28).
Milhões de estudos teológicos enviados totalmente sem custo.
Se inscreva neste link: Página
de Inscrição.
Sabemos muito bem que a maioria dos seres humanos não quer
se envolver com as coisas de Deus, ponto final (Mat 22:14). Sabemos também
que apenas um grupo pequeno segue a Jesus em amor e obediência. Fortalecidos
por sua maravilhosa graça, estes aguardam a vinda do Senhor com alegria (2Tim 4:7). Os verdadeiros
servos de Deus tomaram a decisão se seguirem fiéis nesta caminhada rumo à Canaã
celestial, obedecendo à tudo aquilo que lhes foi pedido como requerimento para
percorrerem o caminho de santidade descrito pelo profeta Isaías: “E ali haverá
uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará
por ele, mas será para os remidos” (Isa 35:8). [Acesse
Série Sobre a Santidade]
A Ilusão dos Cristãos Mornos
Este texto não é sobre nenhum destes dois grupos, mas sim
sobre um terceiro. Este estudo é sobre um grupo que imagina ser possível seguir
a Jesus sem ter que aceitar a parte que não gosta. Aqueles que fazem parte
deste grupo racionalizam, argumentando que quando Jesus diz que temos que
perder a nossa própria vida para segui-lo (Luc 14:26), Ele se refere ao coração
e não ao mundo físico. Usam a palavra “coração” porque assim transformam os
claros mandamentos de Jesus em algo poético, de interpretação individual, como
se Deus aceitasse qualquer tipo de resposta ao seu contínuo chamado de
separação do mundo e completa dedicação à sua obra, conforme nos foi
exemplificado pelo próprio Jesus: “A minha comida é fazer a vontade daquele que
me enviou, e completar a sua obra” (João 4:34). Dizem coisas como: “Isso não
tem nada a ver. Deus conhece o meu coração!” E assim seguem, ignorando as
palavras de Jesus, abusando da graça, e vivendo uma vida às vezes mais mundana
do que a de muitos mundanos.
Os Cristão Mornos são as Árvores sem Frutos que Serão
Cortadas
Queridos, espero que vocês não estejam neste grupo, pois
estes são os mornos; nem frios nem quentes, os quais muito em breve serão
vomitados pelo Senhor (Apo 3:15). São estes que naquele dia insistirão com
Jesus que faziam parte do seu povo, apesar de não terem produzido frutos de
arrependimento e santificação (Mat
3:8); foram árvores inúteis e apenas ocuparam terreno. Serão assim cortadas
e lançadas ao fogo: “Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada
no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz:
Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu
Pai, que está nos céus” (Mat
7:19-21).
Amados, imploro que não sejam pessoas insensatas, imaginando
que o chamado de Jesus para uma vida dedicada a Ele não tem mais valor. Nada
mudou. Suas palavras são tão válidas hoje como foram quando ainda as falava.
Vocês não podem possuir este mundo presente e ao mesmo tempo herdar a vida
eterna: “Se alguém quiser me acompanhar, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua
vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará” (Mar 8:34-35). Mais claro
que isso é impossível. Não existe salvação para os amantes desta terra. Espero
te ver no céu.
Por Markus DaSilva, Th.D.