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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

POR QUE ORAR SE DEUS JÁ SABE?

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Muitas pessoas me perguntam porque orar se a oração não muda a Deus, se seu propósito já esta estabelecido e se Deus já sabe de todas as coisas, e já que a história está nas suas mãos.

Deixe-me enumerar algumas razoes:

Primeira, oração não é para mudar o coração de Deus, mas para mudar o nosso coração. Quando oramos, alinhamos nossa visão à visão de Deus e experimentamos paz em saber que ele está dirigindo a história de forma santa, sábia e amorosa.

Segunda, Jesus orou. Ele era Deus mas sempre o vemos orando intensamente, fazendo vigílias à noite toda, e fazendo retiros espirituais.

Terceiro, ele nos encorajou e até mesmo nos ensinou a orar.

Quarto, os discípulos de Cristo oravam e nunca questionavam porque deveriam orar, embora tivessem pedido a Cristo que lhes ensinasse a orar, talvez por perceberem quão difícil era a tarefa da vida devocional.

Quinto, O povo de Deus ora. Não encontramos na história da igreja uma comunidade crista que afirmasse não ser necessário orar. A experiência da comunidade cristã é sempre marcada pela luta e desafio de oração.

Supere a agitação da sua alma.


II Corintíos 2: 12 a 13


Certamente você já falou ou escutou a frase: “Não tenho tempo”. Ela é muito comum em nosso dia-a-dia. A nossa correria diária nos sufoca e nos torna reféns do relógio.
Temos que trabalhar, estudar, cuidar da família, ir à igreja e tantas outras atividades que são importantes para nós.
Todos nós gostaríamos que o nosso dia tivesse mais do que 24 horas, porque “não temos tempo para muita coisa”. Ter tranqüilidade hoje em dia é um luxo de poucos. O texto em questão nos diz: não tive tranqüilidade no meu espírito. Quem disse essas palavras? O grande apostolo de Jesus. Isso é algo quase inacreditável ouvir isso da boca de Paulo. O texto diz: “eu não tive tranqüilidade”, ficou inquieto por isso não pregou o evangelho em Troade.
Um segundo texto bastante interessante também é Lucas 10: 38 a 42. Tem muita gente que fala de Marta, mas não pode não. João 11:5 – diz que Jesus amava e muito a Marta, não fale mal de Marta não, porque Jesus amava essa mulher agitada; O texto nem cita o nome de Maria chama de sua irmã.

Nessa situação toda é preciso fazer uma pergunta:

Você já recebeu uma pessoa que você considerava importante na sua casa?
Uma pessoa dessas, o que dar pra quem hospeda? Trabalho e muito trabalho. Mas um trabalho que a pessoa se sente feliz. A visita muda à rotina da casa.
Temos comida que a casa não ver todo dia, o café da manhã que não tem todo dia, uma gastança horrível. A pessoa compra fruta ou coisas, que a família não come e a visita também não.
Mas, não deixe de compra não, se você vai receber uma pessoa procure saber o que ela gosta de comer (hospitalidade). Isso é muito importante. Mas o que de fato passava na alma de Marta para ela ficar agitada de um lado para outro?
Lucas 10: 40 - Senhor não te importa que Maria tenha deixado tudo, mande vir me ajudar. “Não é que Marta não estivesse dando bola para Jesus”, não é isso, Marta queria ouvir Jesus, mas queria que Jesus olhasse a casa arrumada, tivesse comida boa, tivesse coisas especiais, porque só Maria eu também quero te ouvir Jesus pensava Marta.
Marta queria também ouvir a Jesus, mas antes se preocupou em dar conforto o melhor pra Jesus.
Supere a agitação da sua alma.
O que você faz para superar isso? Paulo e Marta passaram por isso o que aprendemos com eles.
Paulo e Marta estavam com a alma agitada, inquietos.
Tem muita gente na bíblia que tinha a alma agitada. Isso geralmente por alguém ou alguma coisa. Tem gente que é bom pra deixar a nossa alma inquieta, agitada. Raquel tinha seu espírito agitado por causa de Lia (Gn 30:8) – Lia tinha filhos ela não. Saul tinha sua alma agitada por causa de Davi. Pois percebia o progresso de Davi (Sm 18: 7 e 8). Tem pessoas que estão de “Boa”, mas quando ver aquela pessoa a alma já fica agita, fica inquieto. Quando nossa alma esta agitada, ninguém conseguem se concentrar para fazer nada ou ouvir. Assim foi com Paulo assim foi Marta. O agitamento impediu:
Paulo de pregar o evangelho, Marta de ouvir a Jesus.
O que pode agitar nossa alma? Pessoas. (quando o marido entra com o cheiro de bebida) Escolhas. (quando temos que mudar pra um lugar) circunstâncias. (as contas pra pagar no fim do mês)
O que fazer para superar a agitação?
Descubra pra saber se o que esta te agitando é incontrolável. Se não esta no seu controle, você não pode fazer nada. Pregue para sua alma (Sl. 42. 5)
Temos que falar isso 10 vezes ao dia, todo dia diga para si mesmo descansa o minha alma. Diga para ela. Uma coisa é necessário, assim Jesus disse para Marta, supere a agitação de sua alma. Coloque diante do senhor o que esta agitando sua alma. Pregue para você mesmo, ministre para você, descanse minha alma.

João 15.1-6 e a Segurança do Crente


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Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.

Aqui lemos que Deus, como lavrador, amavelmente “limpa” (v.2), i.e., lava, purga e purifica os crentes de tudo o que não contribui para sua maturidade espiritual (“dar frutos”). Isto pode ocorrer de várias formas: disciplina, ensinamentos, provações, etc. O debate centra-se naquilo que Deus faz com as varas infrutíferas, e o que elas representam. Há geralmente três pontos de vista dessa passagem.

A interpretação arminiana padrão é que as “varas infrutíferas” são cristãos genuínos que, por causa de sua falta de frutos, perdem a salvação. Um exemplo daqueles que apoiam este ponto de vista é Adam Clarke: “como o lavrador removerá toda vara infrutífera da videira, então meu pai removerá todo membro infrutífero de meu corpo místico, mesmo se eles estiveram em mim pela fé verdadeira (porque somente assim eles são varas)”.

Uma variação da posição calvinista é que as “varas infrutíferas” são cristãos genuínos que, devido a sua falta de frutos, entram em disciplina divina. Este “corte” e julgamento é a morte física, não morte espiritual. Eles são e permanecem salvos, mas são levados prematuramente ao Paraíso como uma medida disciplinar à sua falha de andar em obediência a Jesus.

A outra opção para aqueles que creem na segurança eterna é entender que as “varas infrutíferas” são supostos “discípulos” que experimentam somente uma conexão externa e superficial com Jesus. Embora eles “creiam” e “sigam” a Jesus em algum sentido, sua ligação “não se encaixa com uma união interna, espiritual pela fé pessoal e regeneração” (J. Carl Laney, “Abiding is Believing: The Analogy of the Vine in John 15:1-6,” BibSac [January March, 1989], 61). Portanto, “as varas sem frutos são varas sem vida – varas sem Cristo” (62).

Eu acredito que a terceira opção é a mais consistente com aquilo que lemos no Evangelho de João e no resto do Novo Testamento. Minhas razões (7 delas) para adotar essa visão e rejeitar as outras são as que se seguem.

Primeiro, a implausibilidade do ponto de vista arminiano é visto naquilo que Jesus declarou em João 10.28-29, que aqueles a quem ele dá a vida eterna nunca perecerão. Mais decisivo ainda é a palavra usada em 15.6. Ali, Jesus diz que as varas infrutíferas serão “lançadas fora” (uma forma do verbo grego ballo, “colocar”, “lançar”, junto com o advérbio exo, “fora” ou “do lado de fora”. Mas em João 6.37, Jesus usa virtualmente uma terminologia idêntica e diz: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” ( ekballo com exo ). O ponto de vista arminiano pede que Jesus contradiga o que disse do crente em 6.37 com o que afirma em 15.6. Certamente, nem Nosso Senhor falando, nem João registrando suas palavras, são culpados da mais óbvia das contradições teológicas.

Segundo, a fraqueza da segunda visão citada é que, aquilo que Jesus diz do destino das varas infrutíferas aparenta mais ser condenação eterna que um castigo temporário. As varas infrutíferas são “lançadas fora” (v.2). A vara infrutífera é “lançada no fogo” e “queimará” (v.6; cf. Mateus 3.12; 5.22; 18.8-9; 25.41; 2 Ts 1.7-8; Ap 20.25).

Terceiro, a visão que as varas infrutíferas são não regenerados é apoiada pelo que o Evangelho de João diz sobre “crentes” não salvos. Em outras palavras, João frequentemente retrata pessoas como “crendo” em Jesus, que claramente não são nascidas de novo. Há um estágio no progresso para crer em Jesus que “fica próximo da crença genuína ou consumada resultante da salvação” (Laney, 63). Veja João 2.23-25 (em que a “fé” ou “crença” é claramente superficial em sua natureza); 8.31,40,45-46 (em que os judeus que “creram nele” mostraram-se escravos do pecado [v.34], indiferentes às palavras de Jesus [v.37], filhos do diabo [v.44], mentirosos [v.55], culpados de mobilizar a multidão e tentar assassinar aquele em que eles professaram crer [v.59]!). Veja também 7.31 e 12.11,37, em que a mesma ideia está presente. Depois de Jesus ensinar, nós lemos em 6.60 que “Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” Havia muitos “discípulos” de Jesus que “não criam” (v. 64). Carson explica:

Discípulos devem ser distinguidos dos “Doze” (cf. 6.66-67). Mais importante, assim como há fé e fé (2.23-25), também existem discípulos e discípulos. Em um nível mais elementar, um discípulo é alguém que até certo ponto segue a Jesus, seja literalmente por entrar no grupo que o seguia de lugar a lugar, ou metaforicamente ao entendê-lo como uma autoridade ensinando. Um “discípulo” assim não é necessariamente um “cristão”, alguém que creu salvificamente em Jesus e recebeu uma união com ele, dada pelo Pai ao Filho, planejada pelo Pai e nascido novamente do Espírito. Jesus deixará isso claro no apropriado momento que aqueles que continuam em sua palavra são verdadeiramente seus “discípulos” (8.31). Os ‘discípulos’ descritos aqui não permanecem em sua palavra (300).

Jesus claramente reconhece o que nós chamamos de “fé volátil” e a distingue da verdadeira, a fé salvífica, baseada no permanecer em Jesus e em seus ensinamentos. Perseverança é a marca ou sinal da fé salvífica verdadeira. Quando uma pessoa “permanece” ou “habita” na “palavra” de Jesus, isto é, a pessoa “obedece, procura entendê-la melhor, e a acha mais preciosa, com mais autoridade, precisamente quando outras forças opõem-se a ela. É aquele que continua no ensinamento que tem o Pai e o Filho (2 Jo 9; cf. Hb 3.14; Ap 2.26)” (Carson, 348).

Existe no Evangelho de João, portanto, uma “fé” ou “crença” superficial, transitória, que pode ser baseada unicamente em milagres vistos, mas não é fundamentada no fruto de um entendimento salvífico e a confiança em que Jesus realmente é. Pessoas como essas estão, de alguma forma, conectadas ou unidas a Jesus, o bastante para que elas possam ser chamadas de “discípulos”, ainda assim não são discípulos cristãos. Estas, acredito, são as varas infrutíferas de João 15.2,6.

Quarto, devemos tomar nota da frase “em mim” no v.2. É possível que “em mim” refere-se a “dar frutos” ao invés de “toda vara”. Em outras palavras, ao invés de interpretar o verso como “Toda a vara em mim, que não dá fruto”, deveria ser lido “toda vara que não dá fruto em mim…” A frase “em mim” ocorre outras cinco vezes em 15.1-7, e em todos os casos refere-se ao verbo. Portanto, pode muito bem significar que a frase “em mim” enfatiza “não o lugar da vara, mas o processo de dar frutos” (Laney, 64).

Quinto, o contraste entre os v.2 e v.3 suporta esse ponto de vista. Ao “falar simplesmente do corte de varas infrutíferas, Jesus explicou aos discípulos que Ele não tinha eles em vista (v.3). Eles já estavam “limpos” por causa da resposta à Pessoa e mensagem de Cristo (cf. 13.10-11). Jesus estava dando a Seus discípulos instruções que não representavam a situação espiritual deles, mas tinham aplicação primária para aqueles a quem eles iriam ministrar, aqueles que clamariam ser de Cristo, mas não estavam dando frutos” (Laney, 64).

Sexto, esse ponto de vista traz o melhor sentido da relação no Evangelho e nas epístolas de João sobre “crer” e “permanecer”. A verdadeira fé salvífica em Jesus estabelece a relação de permanecer e, nos escritos joaninos, torna-se virtualmente sinônimo da crença genuína. Veja especialmente João 6.40-54 e 56; 1 João 2.24; 3.23-24; 4.15. Permanecer em Cristo é crer em Cristo.

Sétimo, Carson destaca que “a proposta transparente do v.2 é insistir que não existem verdadeiros cristãos sem algum tipo de fruto. Frutificar é a marca infalível do verdadeiro Cristianismo; a alternativa é a madeira morta, e as exigências da metáfora da videira faz necessário que cada madeira esteja conectada com a videira. (Ramos mortos provenientes de alguma outra árvore, vivendo ao redor do campo da videira, quase nos passam essa ideia). Não existe vida neles; eles nunca deram frutos, ou então eles seriam limpos, não cortados fora. Porque Jesus é a videira verdadeira, em contradição com a videira de Israel em que não nasce fruto ou nasce frutos estragado, é impossível pensar que algum ramo que não dê fruto possa ser considerado parte dele: suas próprias credenciais como a videira verdadeira poderiam ser questionadas tão fundamentalmente quanto as credenciais de Israel” (515). Nesta ideia, veja especialmente Mateus 7.15-23 e 1 João 2.19.

Minha conclusão, então, é que esta passagem não ensina que um cristão verdadeiro, nascido de novo, possa apostatar da fé e perder sua salvação. Ela ensina que é impossível dar frutos fora da união doadora de vida salvífica com Jesus (v.4), e é impossível não frutificar quando esta conexão com Jesus realmente existe (v.5). Também ensina que alguns (muitos) que professam estar “unidos” com Jesus, que afirmam “crer” nele, e que mesmo o “seguem” como “discípulos”, serão revelados pelo tipo de fruto, como falsos e, portanto, sujeitos ao julgamento eterno.


Autor: Sam Storms

Fonte: Monergismo

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Entretenimento Moral



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No livro A Máfia dos Mendigos, o pastor Yago Martins aplica teorias e análises acadêmicas às observações e vivências decorrentes do período em que viveu disfarçado entre os moradores de rua da cidade de Fortaleza/CE. Durante um ano, ele se misturou aos sem-teto procurando participar de seus problemas, entender seus motivos e perceber as manipulações e ingerências que existiam.

Sua proposta ousada o levou a confirmar uma suspeita: os pobres têm sido usados como tema de congressos, de entrevistas e também ilustram sermões religiosos, mas não são realmente ajudados. Para ele, a caridade aumenta a miséria porque despotencializa o ser humano e rouba-lhe a dignidade.

Segundo a visão de Yago Martins, os moradores de rua não são pessoas que sempre experimentaram circunstâncias extremas e que, por isso, teriam se exilado. O que lhes falta, de acordo com o pastor, é encontrar quem verdadeiramente os note. “Eles não precisam de alguém que lhes dê comida e os fotografe para as redes sociais e nem mesmo de ações públicas e privadas realizadas de cima para baixo, sem que nunca lhes seja perguntado quais são as suas reais necessidades”, afirma.

Yago Martins apresenta argumentos pesados e ousados – e até mesmo polêmicos – para explicar algumas causas da alta incidência de mendicância no Brasil. Ele toma como base um ponto de vista do qual poucos partiram: o de alguém que passou pela experiência de viver nas ruas. Tal atitude ele chama de atitude de Entretenimento Moral.

Em entrevista à Jovem Pan ele afirmou: "Existem muitos motivos pelos quais as pessoas vão parar na rua. O nosso erro começa, talvez, em tentarmos achar um motivo único para alguém estar na miséria. São indivíduos, seres humanos, cada um está lá por um motivo particular, quer seja por desgraça pessoal, uma tragédia ou mesmo por exercício de vontade, exercendo sua vontade de viver na mendicância, basicamente.”

Ele conta que descobriu fatores nessa realidade que o deixaram impressionado sobre como a caridade sem engajamento pode ser prejudicial e até mesmo hipócrita. "As [muitas] pessoas que praticam a caridade não querem engajamento, não querem fazer uma diferença real. A impressão que dá é de que, muitas vezes, o mendigo é um instrumento de entretenimento moral. Ou seja, a ajuda concedida a ele é só um jeito de as pessoas se sentirem melhores. Algo do tipo: 'Vou fazer aqui uma coisinha boa e volto para casa feliz'”.

Para ele, a cultura paternalista ensina para o dependente da caridade que ele não é digno de conquistar nada. São afirmações com as quais você pode não concordar e muito menos aceitar as teses de Yago Martins, mas acho que vale a pena analisar com seriedade as conclusões a que ele chegou para repensarmos como podemos ser mais efetivos, como podemos ter os motivos corretos no exercício de nossas ações de misericórdia!

Rev Samuel Vieira

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Um tição tirado do fogo!



Em 09 de fevereiro de 1709, com cinco anos de idade, John Wesley escapou por pouco da morte em um terrível incêndio que destruiu completamente a sua casa em Epworth. Mais tarde, ele se referiu a si mesmo como "um tição tirado do fogo." (Amós 4:11 e Zacarias 3.2).

SEGUE UM BREVE RELATO DESTE MARAVILHOSO LIVRAMENTO:


O céu, à meia-noite, era iluminado pelo reflexo sombrio das chamas que devoravam vorazmente a casa do pastor Samuel Wesley. Na rua, ouviam-se os gritos: “Fogo! Fogo!” Contudo, a família do pastor continuava a dormir tranqüilamente, até que os escombros ardentes caíram sobre a cama de uma filha, Hetty. A menina acordou sobressaltada e correu para o quarto do pai. Sem poder salvar coisa alguma das chamas, a família foi obrigada a sair casa a fora, vestindo apenas as roupas de dormir, numa temperatura gélida.

A ama, ao ser despertada pelo alarme, arrebatou a criança menor, Carlos, do berço. Chamou os outros meninos, insistindo que a seguissem, e desceu a escada; João, porém, que então contava 5 anos e meio, ficou dormindo.

Três vezes a mãe, Susana Wesley, que se achava doente, tentou, debalde, subir a escada. Duas vezes o pai tentou, em vão, passara pelo meio das chamas, correndo. Sentindo o perigo, ajuntou a família no jardim, onde todos caíram de joelhos e suplicaram em favor da criança presa pelo fogo.
Enquanto a família orava, João acordou e, depois de tentar descer pela escada, subiu numa mala que estava em frente a uma janela, onde um vizinho o viu em pé. O vizinho chamou outras pessoas e, juntos, conceberam o plano de um deles subir nos ombros de um primeiro enquanto um terceiro subia nos ombros do segundo, até alcançarem a criança. Dessa maneira, João foi salvo da casa em chamas, apenas instantes antes de o teto cair com grande fragor.

O menino foi levado, pelos intrépidos homens que o salvaram, para os braços do pai. “Cheguem amigos!”, clamou Samuel Wesley ao receber o filhinho. “Ajoelhemo-nos e agradeçamos a Deus! Ele me restituiu todos os meus filhos. Deixem a casa arder; os meus recursos são suficientes”. Quinze minutos depois, casa, livros, documentos e mobiliário não existiam mais.

Anos mais tarde, em certa publicação, apareceu o retrato de João Wesley e embaixo a representação de uma casa ardendo, com as palavras: “Não é este um tição tirado do fogo?” (Zacarias 3:2).
John Wesley viria a ser o instrumento de Deus para o "Grande Avivamento Metodista" que o historiador Lecky diz ter sido a influência que salvou a Inglaterra de uma revolução igual à que, na mesma época, deixou a França em ruínas.

sábado, 9 de novembro de 2019

O QUE SEU FILHO FAZ DURANTE O CULTO DA IGREJA?


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Quando vamos a um restaurante ou a um parque de diversões queremos que nossos filhos se alimentem bem e brinquem muito, interagindo. Não gostamos que fiquem dormindo ou distraídos, porque perderão as melhores coisas do passeio. Mas, infelizmente, quando vamos ao culto público da Igreja, não incentivamos e instruímos eles a aproveitarem aquele precioso momento para louvarem a Deus com músicas e orações e prestar atenção na pregação da Palavra. Ao contrário, podemos correr no erro de deixarmos eles dormindo, distraídos e alienados do que está acontecendo ali, como se apenas o fato de estar fisicamente já fosse o suficiente. Eles crescem com a impressão que o momento do culto é algo chato e que o legal é quando termina para poderem brincar fora do local de reunião. Esse erro é culpa dos pais. Na verdade, não podemos desprezar o que Deus pode fazer no coração dos pequeninos durante a leitura, oração, louvor e pregação da Palavra! A semente do evangelho que deve ser lançada diariamente no lar, é regada no culto público da Igreja! A mente e o coração das crianças têm condições de receber a Palavra de Deus! E, além disso, o benefício secundário é que estamos lhes ensinando que a reunião da igreja, o corpo de Cristo, é a reunião mais importante que alguém possa ter o privilégio de participar, exatamente porque o cultuado é o Senhor Deus e não o homem. E eles precisam aprender a prestar culto a Deus com entendimento e reverência desde pequenos.
Alexandre Bornelli
PCA- Pensai nas Coisas do Alto

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

O Palhaço e o Profeta: Uma indefinição vocacional e as suas graves consequências.


Costumamos lamentar, hoje em dia, que os ministros não sabem pregar; mas não é igualmente verdadeiro que nossas congregações não sabem ouvir”[1]
J.I. Packer

Certa vez, um circo se instalou próximo de uma cidadezinha dinamarquesa. Este circo pegou fogo. O proprietário do circo vendo o perigo do fogo se alastrar e atingir a cidade, mandou o palhaço, que já estava vestido a caráter, pedir ajuda naquela cidade a fim de apagar o fogo, falando do perigo iminente. Mas, inútil foi todo o esforço do palhaço para convencer os seus ouvintes. Os aldeões riam e aplaudiam o palhaço entendendo ser esta uma brilhante estratégia para fazê-los participar do espetáculo. Quanto mais o palhaço falava, gritava e chorava, insistindo em seu apelo, mais o povo ria e aplaudia. O fogo se propagou pelo campo seco, atingiu a cidade e esta foi destruída.[1]
     De forma semelhante, temos muitas vezes apresentado uma mensagem incompreensível aos nossos ouvintes, talvez porque ela também seja incompreensível a nós.
     As pessoas se acostumaram a nos ouvir brincar e baratear tanto as coisas sagradas, que já não conseguem descobrir o sagrado em nossas brincadeiras. Alguns pregam como se estivessem no picadeiro. A nossa mensagem parece ser feita de palha, como as vestes dos palhaços eram preenchidas originariamente.
     Por outro lado, nossos ouvintes, por não perceberem a diferença entre o propósito de cada função, comentem uma falsidade ideológica-vocacional. Assim, o picadeiro (afeito ao palhaço) e o púlpito (afeito ao profeta), se intercambiam. Esse comportamento mutante, seria até tolerável por parte do palhaço, reforçado por um aplauso, por vezes, literal, quase litúrgico.
     Deste modo, a profecia (pregação) torna-se motivo de simples gostar ou não gostar e o circo perde um de seus prováveis talentosos componentes. Assim, sem nos darmos conta, estamos compactuando com a indiferença de nossos ouvintes, que, de certa forma, estão “cansados” da palavra “Evangelho”, sem que na realidade, nunca tenham sido ensinados a respeito do Evangelho de Cristo.
     Nesse caso, a avaliação da mensagem pregada fica restrita ao gostar ou não do ouvinte. Se gostei foi boa, se não, é ruim. Criamos uma categoria arbitrária e solitária do que de fato ou pretensamente fato é verdadeiro ou não a partir do gosto, como se este também não fosse afetado pelas consequências do pecado. Na realidade, o gostar ou não deve estar subordinado ao exame das Escrituras (At 17.11). Procedendo como os bereanos, examinando as Escrituras, descobriremos, para surpresa nossa, o quão o nosso gosto pode ser pecaminoso e inconsequente em muitas situações.
     O Evangelho é uma mensagem acerca de Deus – da sua Glória e de Seus atos salvadores -; acerca do homem – do seu pecado e miséria -; acerca da salvação e da condenação condicionada à submissão ou não a Cristo como Senhor de sua vida. Essa mensagem que envolve uma decisão na história, ultrapassa a história, visto ter valor eterno. Portanto, não podemos brincar com ela, não podemos fazer testes: estamos falando de vida e morte eternas (Jo 3.16-18).[2]
      Albert Martin apresenta uma crítica pertinente:
O esforço desnatural de certos pregadores para serem “contadores de piadas”, entre a nossa gente, constitui uma tendência que precisa acabar. A transição de um palhaço para um profeta, é uma metamorfose extremamente difícil.[3]
     O mundo por sua vez, deseja ansiosamente ouvir, porém, não a Palavra de Deus (1Jo 4.5). Como há falsos pregadores e falsos mestres, é necessário provar o que está sendo proclamado para ver se o seu conteúdo se coaduna com a Palavra de Deus (At 17.11,12/1Jo 4.1-6).
     No entanto, neste período de grandes e graves transformações, torna-se evidente que os homens, de forma cada vez mais veemente, querem ouvir mais o reflexo de seus desejos e pensamentos, a homologação de suas práticas. Assim sendo, a palavra que deveria ser profética, tende com demasiada frequência – mesmo assinando o seu obituário – a se tornar apenas algo apetecível ao público alvo, aos seus valores e devaneios, ou, então, nós pregadores, somos tentados a usar de nossa eloquência para compartilhar generalidades da semana, sempre, é claro, com uma alusão bíblica aqui ou ali, para justificar a nossa pregação. O fato é que uma geração incrédula, é sempre acintosamente crítica para com a palavra profética.
     Parece-me correto o comentário de Vincent (1834-1922) quando declara que: “A demanda gera o suprimento. Os ouvintes convidam e moldam os seus próprios pregadores. Se as pessoas desejam um bezerro para adorar, o ministro que fabrica bezerros logo é encontrado”.[4]
     Portanto, é preciso atenção redobrada para não cairmos nesta armadilha já que não é difícil confundir os efeitos de uma mensagem pelo conteúdo do que anunciamos: A proclamação cristã deve ser avaliada primeiramente pelo seu conteúdo, não simplesmente pelo seu aparente resultado. O que Deus exige de nós é fidelidade. Os resultados estão nas mãos de Deus porque, de fato, pertencem a Deus. 
     Iain Murray está correto ao afirmar:
O crescimento espiritual na graça de Cristo vem em primeiro lugar. Onde esse crescimento é menosprezado em troca da busca de resultados, pode haver sucesso, mas será de pouca duração e, no final, diminuirá a eficácia genuína da Igreja. A dependência de número de membros ou a preocupação com números frequentemente tem se confirmado como uma armadilha para a igreja.[5] 
     Evangelizar é declarar o poder de Deus, que transforma os homens, unindo-os a si, preservando-os até o fim.
     Imaginem um jovem entre centenas de outros, ansiosamente procurando seu nome nas listas afixadas nas paredes na universidade a fim de saber se foi aprovado ou não no vestibular. De repente surge um amigo com um sorriso largo e com os braços abertos, dizendo: “parabéns, você foi aprovado”. O jovem dá-lhe um abraço apertado, pula, grita, ri, chora, comemora… Depois de alguns minutos de euforia, aquele “amigo” diz: “É brincadeira; seu nome não consta entre os aprovados”. Se você fosse aquele vestibulando, como reagiria? Pense nisto: Se você corretamente não admite brincadeiras com coisas sérias, o Evangelho, que envolve vida e morte eternas seria passível de brincadeiras, de gracejos? A pregação é assunto para profetas, não para palhaços. As vocações são diferentes. Pensemos nisso.
   
Maringá, 10 de outubro de 2019

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

[1] Esta parábola é contada por Kierkegaard (1813-1855) e aplicada nas obras de Harvey Cox, (A Cidade do Homem, 2. ed.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971, p. 270) e J. Ratzinger (Introdução ao Cristianismo, São Paulo: Herder, 1970, p. 7-8). Todavia a aplicação que ambos fazem é distinta uma da outra. A que faço é diferente da de ambos.
[2]“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3.16-18).
[3] Albert N. Martin, O Que há de errado com a pregação de hoje? São Paulo: Fiel, (s.d.), p. 23. Mais recentemente escreveu Lawson: “Esse tipo de pregação nominal satisfaz aos ouvintes por substituir a exposição bíblica por entretenimento. Substitui a teologia por teatro. Oferece avaliações saudáveis no lugar da sã doutrina. Nesta mudança infeliz, o drama da redenção dá lugar a simples apresentações teatrais. Essa pregação desprezível tem transformado muitos púlpitos em um palco de fim de semana para atores que se mascaram de pregadores” (Steven J.  Lawson, O tipo de pregação que Deus abençoa,  São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 37).
[4] Marvin R. Vincent, Word Studies in the New Testament,  Peabody, Massachusetts: Hendrickson  Publishers, (s.d),v. 4, (2Tm 4.3), p. 321.
[5]Iain Murray, A Igreja: Crescimento e Sucesso: In: Fé para Hoje,São José dos Campos, SP.: Fiel, nº 6, 2000, p. 27.

[1]J.I. Packer, Entre os gigantes de Deus: Uma visão puritana da vida cristã,São José dos Campos, SP.: FIEL, 1996, p. 275

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Lembrai-vos da Mulher de Ló (Lucas 17:32)


por
J.C. Ryle

Há poucas advertências na Escritura mais solenes que esta. O Senhor Jesus Cristo nos diz, "Lembrai-vos da mulher de Ló."
A esposa de Ló professava a verdadeira religião: seu marido era um "homem íntegro" (2 Pedro 2:8). Ela deixou Sodoma com ele no dia da sua destruição; ela olhou para trás, em direção a cidade, em desobediência a ordem expressa de Deus; ela morreu imediatamente, transformando-se em uma estátua de sal. E o Senhor Jesus Cristo a utiliza como exemplo para Sua igreja; Ele diz: "Lembrai-vos da mulher de Ló".
É uma advertência solene, quando consideramos a pessoa que Jesus menciona. Ele não nos convida a lembrar de Abraão, ou Isaque, ou Jacó, ou Sara, ou Ana, ou Rute. Não! Ele escolhe alguém cuja alma estava perdida para sempre. Ele clama a nós: "Lembrai-vos da mulher de Ló".
É uma advertência solene, quando nós consideramos sobre o tema de Jesus. Ele está falando da Sua segunda vinda, quando virá julgar o mundo; Ele está descrevendo o estado terrível de despreparo no qual muitos serão achados. Os últimos dias estão na Sua mente, quando Ele nos diz: "Lembrai-vos da mulher de Ló".
É uma advertência solene, quando nós pensamos na Pessoa que a faz. O Senhor Jesus é amoroso, misericordioso e compassivo; Ele é Aquele que "não esmagará a cana quebrada nem apagará a torcida que fumega"(Is.42:3). Ele lamentou a incredulidade de Jerusalém e orou pelos homens que O crucificaram; contudo, Ele julga proveitoso nos dar esta advertência solene e nos fazer lembrar das almas perdidas. Ele nos diz: "Lembrai-vos da mulher de Ló".
É uma advertência solene, quando nós pensamos nas pessoas para as quais Ele, primeiramente, dirigiu estas palavras. O Senhor Jesus estava falando aos Seus discípulos; Ele não estava falando para os escribas e fariseus que o odiaram, mas a Pedro, Tiago e João, e muitos outros que O amaram; mesmo para esses, Ele julga proveitoso uma palavra de precaução. Ele os diz: "Lembrai-vos da mulher de Ló".
É uma advertência solene, quando nós consideramos a maneira que Ele falou. Ele não diz somente: "Cuidado! Não sejam como a mulher de Ló". Ele usa uma palavra diferente; Ele diz: "Lembrai-vos". Ele fala como se nós corrêssemos o perigo de esquecer o assunto; Ele incita nossas memórias preguiçosas; Ele nos ordena a manter o caso em nossas mentes. Ele clama: "Lembrai-vos da mulher de Ló".
Agora, consideremos os privilégios religiosos que a esposa de Ló desfrutou.
Nos dias de Abraão e Ló, a verdadeira religião salvadora era escassa na terra; não havia ainda a Bíblia, pastores, igrejas, credos ou mesmo missionários. O conhecimento de Deus estava limitado a algumas famílias agraciadas; a maior parte dos habitantes do mundo estava vivendo em escuridão, ignorância, superstição e pecado. Talvez não houvesse um em cem, que contasse com tal bom exemplo, ou com tal convivência espiritual, tal clareza de conhecimento e advertências tão claras como a esposa de Ló. Comparada com os milhões de criaturas do seu tempo, a esposa de Ló era uma mulher agraciada.
Ela teve um homem religioso como marido; ela teve Abraão, o pai da fé, como tio através do matrimônio. A fé, o conhecimento e as orações destes dois homens íntegros não poderiam ter sido desconhecidos dela. É impossível que ela pudesse ter morado em tendas com eles durante tanto tempo, sem saber de Quem eles eram e a Quem eles serviam. Religião para eles não era nenhum negócio formal; era o princípio governante das suas vidas e a razão de suas ações. Tudo isso a esposa de Ló deve ter visto e conhecido. Este não era um pequeno privilégio.
Quando Abraão recebeu as promessas, a esposa de Ló provavelmente estava lá. Quando ele construiu sua tenda entre Ai e Betel, é provável que ela estivesse presente ...; quando os anjos vieram a Sodoma e advertiram seu marido para fugir, ela os viu; quando eles os levaram pela mão e os conduziram para fora da cidade, ela era um daqueles que eles ajudaram a escapar. Mais uma vez, eu digo, estes não foram privilégios pequenos.
Contudo, quais foram os resultados positivos, de todos estes privilégios, no coração da esposa de Ló? Nenhum, nada. Apesar de todas as oportunidades e meios de graça, todas as advertências especiais e mensagens do céu, ela viveu e morreu sem a graça de Deus, sem Deus, impenitente e descrente. Os olhos do seu entendimento nunca foram abertos; sua consciência nunca foi realmente despertada ou estimulada; sua vontade nunca foi verdadeiramente trazida a um estado de obediência a Deus; suas afeições nunca foram fixadas nas coisas lá do alto. A forma de religião que ela teve foi mantida por conveniência e não por um verdadeiro sentir; era uma capa usada para agradar a seu marido, e não por qualquer senso de seu valor. Ela fez como outros ao redor dela na casa de Ló: ela se conformou aos costumes do seu marido; ela não fez nenhuma oposição à religião dele; ela se permitiu ser conduzida passivamente por ele; mas em todo tempo o seu coração estava em pecado diante de Deus. O mundo estava no seu coração, e o seu coração estava no mundo. Neste estado ela viveu, e neste estado ela morreu.
Em tudo isso há muito a ser aprendido. Eu vejo uma lição aqui que é da maior importância nos nossos dias. Você vive em tempos em que há muitas pessoas vivendo igual a esposa de Ló. Ouça pois, a lição que o caso dela nos ensina.
Aprenda que a mera possessão de privilégios religiosos não salvarão a alma de ninguém. Você pode ter vantagens espirituais de todo tipo; você pode viver e gozar das mais ricas oportunidades e meios de graça; você pode desfrutar da melhor pregação e das instruções mais verdadeiras; você pode morar no meio da luz, conhecimento, santidade e boa companhia. Tudo isso é possível; contudo, você ainda pode permanecer não convertido, e estar perdido para sempre.
Eu ouso dizer que esta doutrina parece dura a alguns leitores. Eu conheço a idéia de que eles não querem nada mais do que privilégios religiosos para decidirem ser cristãos. Eles não são o que eles devem ser no momento, eles concordam; mas a posição deles é tão difícil, eles argumentam, e suas dificuldades são tantas. Dê-lhes um cônjuge crente, ou amizades cristãs, ou um patrão crente; dê a eles a pregação do Evangelho, os privilégios, e então eles caminharão com Deus.
Tudo engano! Uma completa ilusão! Para salvar almas, é requerido muito mais do que privilégios. Joabe era o capitão de Davi; Geazi era o criado de Eliseu; Demas era companheiro de Paulo; Judas Iscariotes era discípulo de Cristo; e Ló teve uma esposa mundana e incrédula. Todos eles morreram em seus pecados. Eles baixaram à cova apesar do conhecimento, advertências e oportunidades; e todos eles nos ensinam que os homens necessitam não só de privilégios. Eles precisam da graça do Espírito Santo.
Vamos valorizar nossos privilégios religiosos, mas não vamos descansar completamente neles. Vamos desejar ter o benefício deles em nossas atividades, mas não vamos colocá-los no lugar de Cristo. Vamos usá-los com gratidão, se Deus no-los der, mas nos preocupemos em que eles produzam algum fruto em nosso coração e vida. Se eles não produzem o bem, eles seguramente causarão dano; eles cauterizarão a consciência, eles aumentarão a responsabilidade, eles agravarão a condenação. O mesmo fogo que derrete a cera endurece o barro; o mesmo sol que faz a árvore vivente crescer, seca a árvore morta e a prepara para queimar. Nada endurece mais o coração do homem, do que uma familiaridade estéril com as coisas sagradas. Mais uma vez eu digo, não são somente os privilégios que fazem as pessoas cristãs, mas a graça do Espírito Santo. Sem isso, nenhum homem jamais será salvo.
Eu peço aos que lêem esta mensagem hoje, que considerem bem o que eu estou dizendo. Você vai para a Igreja do sr. A ou B; você o considera um pregador excelente; você se deleita com seus sermões; você não pode ouvir nenhum outro com o mesmo conforto; você aprendeu muitas coisas desde que você começou a participar do seu ministério; você considera um privilégio ser um dos seus ouvintes. Tudo isso é muito bom. É um privilégio. Eu seria grato se ministros como o seu fossem multiplicados. Mas, afinal de contas, o que você recebeu no seu coração? Você já recebeu o Espírito Santo? Se não, você não é melhor que a esposa de Ló.
Eu peço para os filhos de pais crentes que gravem bem o que eu estou dizendo. Ser filhos de pais crentes é o mais elevado dos privilégios, pois torna-se o alvo de tantas orações. Realmente é uma bênção aprender o Evangelho na nossa infância, e ouvir falar de pecado, de Jesus, e do Espírito Santo, e santidade, e céu, desde o primeiro momento que podemos lembrar. Mas, cuidado para que vocês não permaneçam estéreis e infrutíferos no meio de todos estes privilégios; precavenham-se para que seus corações não permaneçam duros, impenitentes e mundanos, sem se quebrantar às muitas vantagens que vocês desfrutam. Vocês não poderão entrar no reino de Deus pelo crédito de seus pais. Vocês próprios têm que comer o Pão da Vida e ter o testemunho do Espírito nos seus próprios corações. Vocês têm que ter arrependimento próprio, fé própria e sua própria santificação. Se não, vocês não serão melhor que a esposa de Ló.
Eu peço a Deus que todos os cristãos professos destes dias possam aplicar estas coisas aos seus corações. Que nós nunca esqueçamos que os privilégios sozinhos, não podem nos salvar. Luz e conhecimento, pregações fiéis, meios abundantes de graça e a companhia de pessoas santas são todos grandes bênçãos e vantagens. Feliz aqueles que os tem! Mas no final de tudo, há uma coisa sem a qual privilégios são inúteis: a graça do Espírito Santo. A esposa de Ló teve muitos privilégios; mas não teve a graça de Deus em seu coração.

Ex 20.14 Sétimo Mandamento: “Não adulterarás”.





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Introdução:

Entre os 10 mandamentos, talvez nenhum seja tão questionado em nossos dias quanto este. Muitas vezes as novelas e filmes nos levam a torcer para que o adultério dê certo, contudo, é bom lembrar que a quebra de qualquer mandamento tem a ver com a quebra do primeiro mandamento que diz: “não terás outros deuses diante de mim”. O problema não é o que praticamos, mas algo muito mais profundo que vai em nosso coração. Quando amamos outras coisas além de Deus, começamos também a valorizar e a negar as ordenanças de Deus.

Adultério tem invadido a nossa sociedade com uma força jamais anteriormente conhecida.  O assunto é inevitável. Televisão, cinema e músicas têm explorado com maestria as tramas do relacionamento familiar.  Os escândalos de ordem sexual não são mais prerrogativas de jornais baratos e sensacionalistas. 

A revista Psychology Today afirma que 92 por cento dos entrevistados em uma pesquisa sobre adultério declararam que monogamia é algo de “grande importância.” Porém, 45 por cento dessas mesmas pessoas admitiram o seu envolvimento em uma relação ilícita com a quebra dos seus próprios votos matrimoniais.

I.  Por que as pessoas adulteram?

1.     Mito da grama mais verde- As pessoas começam a comparar seus cônjuges com outros. Eles parecem tão glamourosos, bonitos, educados. Parece que a outra pessoa não tem cólica menstrual nem mau humor, não tem dificuldades financeiras nem dor de cabeça e ansiedade. Isto gera um fator de atração rumo ao desconhecido. Muitos são apanhados nesta armadilha.

2.     Expectativas irrealistas em relação ao cônjuge – Casamos idealizados e achamos que o outro vai poder preencher nossas fantasias e sonhos. Em geral, não sabemos de fato com quem vamos nos casar, já que enxergamos o outro não com a ótica correta, mas com a visão do apaixonado. Romantizamos e idealizamos relacionamentos, pessoas e coisas e o resultado é dramático: O príncipe encantado não existe.

3.     Desejo de auto-afirmação – Todos passamos por fases nas quais nossa auto-estima fica muito baixa. Quando isto acontece, tentamos de uma forma desesperada resolver o dilema buscando soluções baratas e alternativas heterodoxas. Nestas horas, o que procuramos é afirmação interior. Buscamos os ídolos do coração para satisfazer nossa sede interior de sentido (Ez 14). O sexo masculino, de forma muito direta é atingida por este desejo de “masculinidade”, e corre atrás de outros estímulos pecaminosos e anti-cristãos para resolver o dilema da perda de sua libido e desejo sexual. Por isto se fala da idade do lobo, quando o homem busca “a presa” para devorar. Em geral, as conseqüências são espiritualmente danosas e socialmente trágicas.

4.     Mente poluída – Numa sociedade saturada por sexo e pornografia, passamos a alimentar nosso mente com imagens e pensamentos pecaminosos. Alimentamos nossas fantasias e desejos com literatura, fotografia, filmes e conversas que trazem impureza moral para o nosso coração. Em geral, pessoas que caem em adultério estão se alimentando também de pornografia e literaturas perniciosas. Por isto a Palavra de Deus nos exorta a termos uma “mente renovada” (Rm 12.2) e santificada pelo Espírito Santo.

5.     Estilo de vida desprotegido – Howard Hendricks afirmou que lideres cristãos que caíram em pecados sexuais, possuíam três denominadores comuns:

1) Eles não gastavam tempo com Deus;
2) Não prestavam contas da sua vida;
3) Nunca imaginaram que isso poderia acontecer com eles. 

O descuido espiritual traz graves danos espirituais para a alma. Por isto Jesus nos encorajou dizendo: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação, o espírito, na verdade é forte, mas a carne é fraca”.

6.     Compromisso inconsistente – Gente que relativiza seus votos com Deus e com a família. Casamento não se mantém por causa do amor (sentimento), mas pelo compromisso assumido.

A Palavra de Deus nos ensina que alianças devem ser levadas a sério, e que quando assumimos uma aliança esta não deve ser barateada ou enfraquecida.
O Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher de tua aliança. Ninguém com um resto de bom senso o faria. Mas que fez um patriarca? Buscava descendência prometida por Deus. Portanto cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher de sua mocidade. Porque o Senhor Deus de Israel diz que odeia o repúdio; e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos; portanto cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis” ” (Ml 2.14-16).

Dr. Ruth Westheimer, terapeuta, disse na NBC Today Show
"As gerações passadas não conversavam sobre sexo; a nossa não conversa sobre moralidade" (7/5/88). Nossa geração tem medo de tocar em áreas controvertidas. No entanto, adultério é expressamente proibido: “Não adulterarás” (Ex 20.14 e Dt 5.18).

O relacionamento que Deus estabeleceu para o homem e a mulher é heterossexual, monogâmico e perpétuo, e considera importante a fidelidade.

Mas, o que é mesmo adultério?  
A tendência nossa é dar uma definição meramente lingüística: “Infidelidade conjugal; prevaricação”, mas tal conceito é muito pobre para aquilo que as Escrituras nos ensinam. A Bíblia enfatiza a espiritualidade da lei. A lei de Deus é espiritual no sentido de que atinge os desejos mais profundos do coração. Portanto, a lei de Deus não trata apenas do ato praticado, mas lida diretamente com os impulsos e anseios do coração.

Por esta razão Jesus enfatiza que adultério não é um problema só da ação do pecado, mas também dos desejos e inclinações do coração. O pecado atinge os afetos, penetra na essência de nosso ser.

Jesus redefiniu a lei de Moisés: "
Você ouviram o que foi dito, Não adulterarás. Mas eu vos digo: qualquer que olhar uma mulher com desejo, já cometeu adultério" (Mt 5.27-28). Jesus condenou não somente o ato do adultério, mas aponta para o fato de que adultério possui raízes bem mais profundas. Jesus nos convida a olhar o nosso coração, a irmos ao encontro de nossas fontes internas. O pecado se encontra no coração.

II. Prevenindo-se contra adultério: Creio que não poderia deixar de apontar algumas saídas para vencermos a angustiante realidade do adultério.

1.     Vigie sua mente –Esteja atento aos movimentos de seu coração.

Muitas vezes deixamos nossas mentes se ocuparem de pensamentos, imagens, idéias, que ferem o coração de Deus. Por isto a Palavra de Deus nos exorta:
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv. 4:23).

Antes da prática de qualquer pecado, a mente precisa estar envolvida. É do coração, nosso ser interior, que procedem todas as fontes da vida. O adultério passa primeiro pela mente e pela fantasia, portanto, guarde seu coração.

É interessante que Jesus não nos recomenda, diante da tentação, a apenas a orar, mas também a vigiar.  Vigie o que tem lido, pensado e visto. Vigie os movimentos do coração, se assuste com idéias que estão enfraquecendo a sua vida com Deus e seus princípios morais. Ore por isto e traga seu coração para ser tratado por Deus.

2.     Firme seus compromissos com os padrões de Deus – Se não entendermos que os princípios de Deus são para nossa própria vida, e que Deus quer nos proteger através deles, jamais evitaremos o pecado.

Satanás leva-nos a pensar que podemos pecar que não há juízo.  De alguma forma somos levados a pensar que não há consequências espirituais para aquilo que fazemos. Quando estamos comprometidos com a Palavra de Deus, resistimos às tentações, por causa do temor a Deus, por isto. O salmista diz: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl 119.11). Guardar a Palavra de Deus livra-nos de pecar contra o Senhor.

3.     Mantenha relacionamentos corretos com pessoas do sexo oposto – “...às mulheres idosas como a mães, às moças, como a irmã, com toda pureza” (1 Tm.5.2).

Certo líder cristão encontrou-se atraído em seus pensamentos por uma jovem de sua igreja.  Depois de meses de racionalizações, finalmente admitiu a si mesmo que  estava constantemente buscando razões para se encontrar com aquela pessoa.  Ele resolveu assumir a seguinte postura: “Eu só me encontrarei com ela quando for apenas e estritamente necessário, e gastarei apenas o tempo necessário, só me encontrarei com ela quando outras pessoas estiverem por perto”. Com o passar de alguns meses, seu relacionamento com aquela pessoa voltou ao estado original, saudável, da mesma maneira como para com outras pessoas.

Tome cuidado com aquela pessoa com a qual você gosta de mandar mensagens “inofensivas”, “emojis”, recadinhos o tempo todo. Você pode até alegar que não há nada demais, e realmente não há nada demais nisto, mas considere a intensidade com que você tem procurado estar ao lado desta pessoa, e ainda mais seriamente, como você percebe seu coração diante disto... não se deixe enganar.

4.     Pensando seriamente nas conseqüências do adultério – Satanás tenta convencer de que as coisas não são assim tão sérias.

Dietrich Bonhoeffer em seu livro Tentação declara:  “Quando a cobiça assume o controle, Deus se torna irreal para nós. Tome cuidado com seu coração quando você começa a racionalizar quanto à questão da fidelidade.

O pecado é sério aos olhos de Deus. “Não vos deixeis enganar, aquilo que o homem semear, isto também ceifará” (Gl 6.7). Considere o exorbitante preço da queda: Ferir o coração de Deus, ministérios destruídos, dores à igreja de Cristo e à família, perda da credibilidade, culpa, perda do respeito próprio, memórias que não se apagam, vitória do inimigo e derrota do evangelho.

5.     Volte para a graça de Deus – Oséias diz o seguinte: “Vinde e tornemos para o Senhor, porque ele nos despedaçou e nos sarará, fez a ferida e a curará” (Os 6.1).

Embora este texto de Oseias seja uma referência oportunista que algumas pessoas insinceras estavam fazendo diante de Deus, precisamos recordar que estamos diante de uma grande batalha.  A graça de Deus e a dependência do Espírito Santo são fundamentais para nossa caminhada de fé.

Arrependimento e confissão ainda são os caminhos de Deus para o perdão, reconciliação e restauração. “Aquele que confessa e deixa alcança misericórdia, mas o que endurece o seu coração, cairá no mal” (Pv 28.13,14).

Conclusão:

Temos a tendência de ver os mandamentos de Deus como algo restritivo, punitivo e oposto à nossa felicidade, entretanto, o objetivo de Deus nunca foi o de atar um fardo pesado sobre nossos ombros, e para roubar de nós a nossa plenitude. Seu desejo era gerar vida de alegria e regozijo em nós. Seu propósito ao nos dar sua lei, era de nos dar realização. “Não desampares a sabedoria, e ela te protegerá; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento” (Pv 4.6). Guarde os mandamentos, “porque são vida para quem os acha e saúde para seu corpo” (Pv 4.22).

O lar é o primeiro universo da felicidade do homem.
O adultério sempre envolve mentira, traição, engano. Quem já passou por experiências em família, sabe quão dolorido é o processo do adultério. As novelas e filmes tendem a minimizar o efeito devastador que o adultério traz dentro de casa, mas centenas de famílias são destroçadas por causa da infidelidade conjugal.

A fidelidade do casal ensina respeito, fidelidade, valor. Deus retira aqui a tendência comum nos casamentos de usar, dispor e tratar o outro como mero objeto.

O lar que se rege por tais comportamentos, ensina respeito, dignidade, igualdade, compreensão, confiança mútua. Esta beleza é retirada quando casais se orientam pela mentira, traição e falsidade. Adultério quebra a unidade essencial de um casamento, pois fere princípios relacionados ao afeto. Na verdade, o aspecto sexual aqui está em segundo plano, o que se tem em vista é a ética matrimonial e o coração. O adultério faz do outro um objeto e trai a confiança e a relação de dignidade que devem existir dentro do casamento.

Por tudo isto e muito mais, Deus nos deu o sétimo mandamento: “Não adulterarás!” Esta lei nunca perdeu seu prazo de validade, e nunca prescreveu.