“Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado” Lucas 1.4
Ao longo da História da Igreja, algumas indagações acerca dos Evangelhos foram feitas por cristãos sinceros:
(1) Como os Evangelhos surgiram?
(2) Como obra literária, de que maneira devemos entender os Evangelhos?
(3) O que os Evangelhos nos contam sobre Jesus?
Sabemos
que pessoas, inspiradas pelo Espírito Santo, escreveram os quatro
primeiros livros do Novo Testamento. Entretanto, de acordo com as
perguntas acima, queremos saber como os autores dos Evangelhos obtiveram
as informações sobre a vida e o ministério de Jesus; Por que os
Evangelhos são tão parecidos e, ao mesmo tempo, tão diferentes?
Sem
a pretensão de respondermos essas questões no presente espaço (é
impossível tal empreendimento), podemos perceber que o Evangelho de
Lucas, dentre os quatro, tem uma particular contribuição para
compreendermos a formação dos Evangelhos que falam do nosso Senhor. Leia
o seguinte texto:
"Tendo,
pois, muito empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós
se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram
desde o princípio e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim
conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem,
havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para
que conheças a certeza das coisas que já estás informado" (Lc 1.1-4). Agora correlacione essa passagem com a de Atos 1.1,3:
"Fiz
o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só
a fazer, mas a ensinar, [...] aos quais também, depois de ter padecido,
se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por
eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de
Deus".
Podemos
dizer que o evangelista Lucas é o autor sacro que dá as pistas da
história das origens cristãs, pois as introduções do seu Evangelho e do
Livro de Atos revelam que:
(1) Lucas selecionou e pôs em ordem os fatos narrados no Evangelho;
(2)
Esses fatos foram transmitidos pelas testemunhas oculares de Cristo e
pelos ministros, os apóstolos, da Palavra que "transmitiam" verdades
sobre Jesus;
(3) haviam outros escritos sobre Jesus, mas coube a Lucas organizar e relatar o dele.
Com
isso, fica claro que o médico amado, doutor Lucas, é o autor do
Evangelho considerado o mais histórico e cronológico dentre os quatro
Evangelhos. Um tratado extraordinário sobre Jesus e a sua obra!
Revista Ensinador Cristão
COMENTÁRIO
O Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas é conhecido como “a mais bela obra do mundo”.
Neste
trimestre estudaremos a respeito do terceiro Evangelho, cujo autor é
Lucas, o médico amado. Seu relato é um dos mais completos e ricos em
detalhes a respeito do nascimento e infância do Salvador. Lucas era um gentio,
talvez por isso, em sua narrativa, procure apresentar a Jesus como o
Filho do Homem. Ele apresenta o Salvador como o Homem Perfeito que veio
salvar a todos, judeus e gentios.
O
Novo Testamento apresenta os Evangelhos em ordem de importância ou de
uso nas comunidades, e não pela cronologia, assim encontramos no N.T:
Mateus, Marcos, LUCAS e João.
INTRODUÇÃO
Lucas,
o médico amado, não foi um apóstolo nem tampouco foi uma testemunha
ocular da vida de Jesus, todavia deixou uma das mais belas obras
literárias já escritas sobre os feitos do Salvador e os primeiros anos
da comunidade cristã. A narrativa de Lucas descreve, com riqueza de
detalhes, o ministério terreno de Jesus, como ele nasceu, cresceu,
libertou os oprimidos, formou os seus discípulos, morreu pendurado em
uma cruz e ressuscitou dos mortos.
O
terceiro Evangelho possui uma forte ênfase carismática. Mais do que
qualquer outro evangelista ou escritor do Novo Testamento, Lucas dá
amplo destaque à pessoa do Espírito Santo durante o ministério público
de Jesus até sua efusão sobre os cristãos primitivos. Nesse aspecto, a
obra de Lucas deve ser entendida como um compêndio de dois volumes, onde
o segundo volume, Atos dos Apóstolos, é entendido a partir do primeiro,
o terceiro Evangelho, e vice-versa.
Um
erro bastante comum cometido por vários teólogos, principalmente
aqueles que não creem na atualidade dos dons espirituais, é tentar
“paulinizar” os escritos de Lucas. Por não entenderem o pensamento
lucano, não o vendo como teólogo como de fato ele era, mas apenas como
um historiador, tentam interpretá-lo à luz dos escritos de Paulo.
Evidentemente que toda Escritura é inspirada por Deus e que o princípio da analogia é uma das ferramentas básicas da boa exegese,
todavia isso não nos dá o direito de transformar Lucas em mero
coadjuvante da teologia paulina. Em outras palavras, Paulo deve ser
usado para se compreender corretamente Lucas, mas também Lucas deve ser
consultado para se querer entender, de fato, o que Paulo escreveu.
Esse
entendimento se torna mais ainda relevante quando aplicamos essa
metodologia em relação aos carismas do Espírito narrado no terceiro
Evangelho, em Atos dos Apóstolos e nas epístolas paulinas. Se Paulo foi
um teólogo, possuindo independência para falar dos dons do Espírito,
Lucas da mesma forma também o foi e seu pensamento é tão relevante
quanto o de Paulo. Nesse aspecto Lucas não deve ser entendido apenas
como um narrador de fatos históricos, mas como um teólogo que escreveu a
história.
Este
livro mostra facetas dessa abordagem metodológica na interpretação de
Lucas, mas não segue o modelo adotado nos comentários de natureza
puramente expositiva como são, por exemplo, as obras de Leon Morris,
William Hendriksen, Fritz Rienecker, J.C. Ryle e outros. Isso tem uma
razão de ser — o presente texto não é um comentário versículo por
versículo do evangelho de Lucas, nem mesmo capítulo por capítulo. Antes,
é uma abordagem temática dos principais fatos ocorridos durante o
ministério público de Jesus, como por exemplo, seu nascimento,
crescimento, morte e ressurreição. Tendo sido escrito como texto de
apoio às Lições Bíblicas de Jovens e Adultos da Escola Dominical esse
tipo de abordagem permite trazer um comentário mais exaustivo sobre cada
tema, mas, sem dúvida, limita um estudo mais expositivo do texto
bíblico. Isso explica, por exemplo, o porquê de determinados textos,
mesmo sendo importantes dentro do contexto da teologia lucana, não terem
sido abordados aqui. [1]
O
Evangelho de Jesus Cristo segundo escreveu Lucas se distingue pelo seu
estilo literário, pelo seu vocabulário e uso que faz do grego,
considerado pelos eruditos como o mais refinado do Novo Testamento.
1. AUTORIA E DATA.
Como
veremos mais adiante, a tradição que atribui autoria lucana para o
terceiro Evangelho é muito antiga. No texto bíblico, as referências ao
“médico amado” são Colossenses 4.14; 2 Timóteo 4.11 e Filemon 24.
Todavia assim como outros escritos do Novo Testamento, o terceiro
Evangelho também não traz grafado o nome de seu autor.
Evidências internas da autoria lucana
Diferentemente
de outros livros neotestamentários que são anônimos, o terceiro
Evangelho deixou pistas que permitiram à igreja atribuir a Lucas, o
médico amado, a sua autoria. Alguns desses indícios internos listados
pelos biblistas são:
1.
Tanto o livro de Lucas como o livro de Atos são endereçados a uma
pessoa identificada como Teófilo. “Tendo, pois, muitos empreendido pôr
em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos
transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram
ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a
ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado
minuciosamente de tudo desde o princípio” (Lc 1.3), “Fiz o primeiro
tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer,
mas a ensinar, até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter
dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; aos
quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e
infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e
falando do que respeita ao Reino de Deus” (At 1.1-3).
2.
Como vimos, o livro de Atos se refere a um outro livro que fora escrito
anteriormente (At 1.1), que sem dúvida alguma trata-se do terceiro
Evangelho. Quem escreveu Atos dos Apóstolos, portanto, escreveu também o
terceiro evangelho.
3. O estilo literário e as características estruturais de Lucas e Atos apontam na direção de um só autor;
4.
Muitos temas comuns ao terceiro Evangelho e Atos não são encontrados em
nenhum outro lugar do Novo Testamento. Por exemplo, a ênfase na ação
carismática do Espírito Santo sobre Jesus e seus seguidores (Lc 24.49;
At 1.4-8). Devemos observar ainda, como destaca Walter Liefeld, dentro
dessa perspectiva, que o autor de Lucas-Atos não foi uma testemunha
ocular dos feitos de Jesus, mas um cristão da segunda geração que se
propôs a documentar a tradição existente sobre Jesus e o andar dos
primeiros cristãos. Na passagem de Atos 16.10-17, a referência à
primeira pessoa do plural (nós) além de revelar que Lucas era um dos
companheiros de Paulo na segunda viagem missionária mostra também que
era ele quem documentava esses registros:
“E,
logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo
que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho. E,
navegando de Trôade, fomos correndo em caminho direito para a Samotrácia
e, no dia seguinte, para Neápolis; e dali, para Filipos, que é a
primeira cidade desta parte da Macedônia e é uma colônia; e estivemos
alguns dias nesta cidade. No dia de sábado, saímos fora das portas, para
a beira do rio, onde julgávamos haver um lugar para oração; e,
assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram. E uma certa
mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que
servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que
estivesse atenta ao que Paulo dizia. Depois que foi batizada, ela e a
sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao
Senhor, entrai em minha casa e ficai ali. E nos constrangeu a isso. E
aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que
tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro
aos seus senhores. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo:
Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus
Altíssimo” (At 16.10-17).
Essas
evidências internas, sem sombra de dúvidas, apontam a autoria lucana do
terceiro Evangelho. A propósito, em 1882 o escritor W.K. Hobart em seu
livro: A Linguagem Médica de Lucas demonstrou a existência de vários
termos médicos usados no terceiro Evangelho, o que confirmaria a autoria
lucana. Posteriormente a obra O Estilo Literário de Lucas, escrita por
H. J. Cadbury tentou mostrar que não somente Lucas usou termos médicos
em sua obra, mas que outros escritores, mesmo não sendo médicos, fizeram
o mesmo. Mas como bem observou William Hendriksen, quando se faz um
paralelo entre Lucas e os demais Evangelhos Sinóticos observa-se a
peculiaridade do vocabulário médico empregado por Lucas. Hendriksen
comparou, por exemplo, Lucas 4.38 com Mateus 8.14 e Marcos 1.30 (a
natureza ou grau da febre da sogra de Pedro); Lucas 5.12 com Mateus 8.2 e
Marcos 1.40 (a lepra); e Lucas 8.43 com Marcos 5.26 (a mulher e os
médicos). Ainda de acordo com Hendriksen, pode-se acrescentar facilmente
outros pequenos toques. Por exemplo, somente Lucas declara que era a
mão direita que estava seca (6.6, cf. Mt 12.10; Mc 3.1); e entre os
escritores sinóticos, somente Lucas menciona que foi a orelha direita do
servo do sumo sacerdote a ser cortada (22.50; cf. Mt 26.51 e Mc 14.47).
Compare também Lucas 5.18 com Mateus 9.2, 6 e Marcos 2.3, 5, 9; e cf.
Lucas 18.25 com Mateus 19.24 e Marcos 10.25. Além do mais, conclui
Hendrinksen, embora seja verdade que os quatro Evangelhos apresentam
Cristo como o Médico compassivo da alma e do corpo, e ao fazê-lo revelam
que seus escritores também eram homens de terna compaixão, em nenhuma
parte é este traço mais abundantemente notório que no Terceiro
Evangelho.
Evidências externas da autoria lucana
Além
dessas evidências internas, há também diversas evidências externas, que
fazem parte da tradição cristã, atestando a autoria lucana para o
terceiro Evangelho. Uma delas, o cânon muratoriano, escrita em cerca de
180 d.C., confirma a autoria de Lucas: “o terceiro livro do Evangelho,
segundo Lucas, que era médico, que após a ascensão de Cristo, quando
Paulo o tinha levado com ele como companheiro de sua jornada, compôs em
seu próprio nome, com base em relatório”. Em cerca de 135 d.C., antes
portanto do Cânon muratoriano, Marcião, o herege, também atesta a
autoria de Lucas para o terceiro Evangelho. Testemunho confirmado
posteriormente por Irineu (Contra as Heresias, 3.14-1) e outros
escritores posteriores.
Data de Composição da Obra
A
data da composição do terceiro evangelho é melhor definida pelos
biblistas quando se leva em conta alguns fatores. Por exemplo, se Lucas
valeu-se do Evangelho de Marcos como uma de suas fontes, nesse caso é
preciso situá-lo em data posterior ao escrito de Marcos que foi redigido
alguns anos antes do ano 70 d.C. Segundo, se Lucas é o primeiro volume
de uma obra em dois volumes (Lucas-Atos), como se acredita que é, fica
bastante evidente que o terceiro Evangelho foi compilado antes dos Atos
dos Apóstolos. Nesse caso será preciso primeiramente datar o livro de
Atos. Os eruditos acreditam que, levando-se em conta uma análise
detalhada do livro de Atos dos Apóstolos, a data para sua redação está
entre 61 a 65 d.C. Em Terceiro lugar, a data para a redação de Lucas
dependerá também de como se interpreta o sermão feito por Cristo sobre a
destruição de Jerusalém (Lc 21.8-36). Nesse caso, argumentam os
críticos, Lucas escreveu depois da destruição de Jerusalém no ano 70
visto ter feito referência aos fatos ocorridos nessa data. Esse
argumento é fraco, visto que Cristo proferiu uma profecia sobre os
eventos do fim e que tiveram início na destruição de Jerusalém. E o que
os teólogos denominam de vaticinium ex eventu, isto é, uma profecia que é
feita antes que o evento ocorra. Em quarto lugar, muitos críticos
argumentam em favor de uma data mais tardia para Lucas, porque segundo
eles, algumas situações mostradas nas obras de Lucas demonstrariam
situações que ainda não existiam nos anos 60 e 70 d.C. Mas esse é um
argumento que não se sustenta pelas mesmas razões já expostas
anteriormente. Em resumo, Lucas redigiu sua obra entre os anos 60 e 70,
sendo que alguns estudiosos opinam para a primeira parte dessa década
enquanto outros pela segunda. Seja como for, isso em nada altera aquilo
que Lucas escreveu. [1]
2. A OBRA.
Os
textos de Lucas estão entre os mais literários dos livros do Novo
Testamento, distintos no original por seu estilo fluente e belo. Lucas é
o único dos autores a escrever uma seqüência — o Livro de Atos — que
conta a história da igreja primitiva e sua disseminação. Diferentemente
dos outros Evangelhos, cujo conteúdo pode ser traçado a partir do
passado pelas narrativas das testemunhas oculares da vida de Jesus
compartilhada com seus discípulos, Mateus, João e Pedro (a fonte do
Evangelho de Marcos), Lucas desenvolve sua narrativa através do que
poderíamos chamar, hoje, de “reportagem investigativa”. Na introdução,
Lucas nos conta (1.1-4) que seu trabalho é fruto de cuidadosa pesquisa,
no estilo de “uma narrativa ordenada” com o objetivo de levar o leitor
“para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado”. E
muito provável que Lucas tenha realizado a maior parte de sua pesquisa
durante os anos em que Paulo esteve preso em Cesaréia, aguardando
julgamento (cf. At 23-27).
A
exemplo de outros escritores do Evangelho, Lucas tem em mente
determinada audiência. Para tanto, moldou seu material para reforçar
temas de especial interesse a esse público e aos seus leitores em geral.
Muitos concordam que Lucas escreve para os helenistas, com raízes na
cultura grega, cujo ideal é arete, “excelência”. Lucas, sempre ciente da
divindade de Jesus, também o considerava como o ser humano ideal, capaz
de redefinir a excelência.
A
“excelência” em Jesus, é vista não como uma superioridade pessoal em
detrimento dos outros, mas uma superioridade pessoal expressa na
preocupação com os outros. Os demais valores de Jesus são sutilmente
desprezados pela sociedade: a mulher, o pobre, o excluído. A confiança
de Jesus na oração e no Espírito Santo revela a humanidade em sua íntima
relação com o universo, dependente de um Deus que, embora exista além
de nós, nos ama de tal maneira que decidiu se envolver inteiramente em
nossa vida. Tudo isso faz de Lucas talvez o mais caloroso e sensível dos
quatro Evangelhos e nos proporciona o mais atraente dos retratos de
Jesus Cristo. [2]
3. OS DESTINATÁRIOS ORIGINAIS.
E
inegável que Lucas, como um teólogo, demonstrou um grande interesse
pelos fatos históricos quando redigiu sua obra. O prólogo, escrito a Teófilo, que se acredita ser um gentio
de alta posição social, atesta isso. “Tendo, pois, muitos empreendido
pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo
nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram
ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a
ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado
minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza
das coisas de que já estás informado” (Lc 1.1-4). [1]
Pode
se dizer que além deste ilustre destinatário (Teófilo), Lucas também
escreveu aos gentios. O terceiro Evangelho pode ser classificado como
sendo de natureza soteriológica e carismática. Soteriológica, porque
narra o plano da salvação, e carismática porque dá amplo destaque ao
papel do Espírito Santo como capacitador do ministério de Jesus Cristo.
II - OS FUNDAMENTOS E HISTORICIDADE DA FÉ CRISTÃ
1. O CRISTIANISMO NO SEU CONTEXTO HISTÓRICO.
Como
um escritor inspirado e um teólogo cristão, Lucas mostra que o tempo do
cumprimento das promessas de Deus, preditas nos antigos profetas, havia
chegado. Fica claro para ele que o advento do cristianismo foi
precedido pela renovação do Espírito profético. O último profeta, Malaquias, havia silenciado cerca de quatrocentos anos antes. Esse hiato entre os dois testamentos é conhecido como período inter-bíblico.
Agora esse silêncio é rompido, primeiramente pelo anúncio feito a
Zacarias, pai de João Batista (Lc 1.13) e posteriormente a Maria, a mãe
de Jesus (Lc 1.28). É, contudo, no ministério de João Batista, que Lucas
mostra a restauração da antiga profecia bíblica: “E, no ano quinze do
império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, e
Herodes, tetrarca* da Galileia, e seu irmão Filipe, tetrarca da
Itureia e da província de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene,
sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a
João, filho de Zacarias” (Lc 3.1-2).
Essa
restauração da antiga profecia bíblica, como veremos em capítulos
posteriores, é importante no contexto da teologia carismática de Lucas.
Já foi dito que Lucas escreveu uma obra em dois volumes e esse é um fato
importante porque essa homogeneidade nos ajuda compreender a ação do
Espírito Santo na teologia Lucas-Atos. No Evangelho, Lucas mostra o
Espírito atuando sobre o Messias e capacitando-o para realizar as obras
de Deus como havia sido prometido nas profecias (Lc 4.18; Is 61.1). Por
outro lado, no livro de Atos está o cumprimento da promessa do Messias
de derramar esse mesmo Espírito sobre os seus seguidores (Lc 11.13;
24.49; At 1.8). Em outras palavras, o mesmo revestimento de poder que
estava sobre Jesus Cristo e que o capacitou a curar os enfermos,
ressuscitar os mortos e expulsar os demônios seria também dado a seus
seguidores quando ele fosse glorificado. “De sorte que, exaltado pela
destra de Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo,
derramou isto que vós agora vedes e ouvis” (At 2.33); “nós somos
testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que
Deus deu àqueles que lhe obedecem” (At 5.32). [1]
*Tetrarca (v.l): Governador de uma das quatro partes em que se dividiam alguns estados.
Herodes
(v.l): Herodes, o Grande, era rei da judéia, de 39 a 4 AC. Seu filho,
Herodes Antipas, que degolou João Batista, era tetrarca da Galiléia, 4
AC a 39 AD.
Herodes Agripa I, que matou a Tiago (At 12) era rei de 27 a 44 AD.
Eis
a negra lista dos que governavam no lugar de Davi! Tibério, Pôncio
Pilatos, Herodes, Filipe (irmão de Herodes), Anás e Caifás eram homens
acerca dos quais sabemos muito pouco, a não ser que eram cruéis,
pérfidos, traiçoeiros e sem escrúpulo.
E suficiente isto para salientar o fato de haver chegado o tempo da imperiosa necessidade de João Batista iniciar sua obra.
Nunca
nos convém cair no desespero por causa das nuvens sombrias e
ameaçadoras que pairam mais e mais sobre a humanidade. Como no tempo de
João Batista, a hbertação dos céus pode estar mais perto do que
pensamos. Num momento Deus pode tornar as trevas da meia noite no clarão
do meio dia.
2. DISCIPULADO ATRAVÉS DOS FATOS.
Lc
1.4. O verbo instruído ê freqüentemente usado para a instrução dos
convertidos cristãos ou os interessados {katècheõ; ver Atos 18:25; 1 Co
14:19, etc.). Alguns deduzem que Teófilo era crente, e apoiam esta ideia
com o argumento de que dificilmente teria sido o patrocinador literário de Lucas se não o fosse. Contra a ideia, no entanto,
insiste-se que provavelmente teria sido chamado “irmão” se fosse
crente. De qualquer maneira, o verbo pode ser usado de um relatório
tanto hostil como errado (e, g. Atos 21:21, 24), de modo que devamos
conservar aberta a possibilidade de que não passasse dalguém de fora que
estava interessado. Certamente sabia alguma coisa acerca da fé cristã, e
Lucas quer que ele saiba as verdades dela. Ne d B. Stonehouse entende
que a verdade é especialmente importante no Prólogo. O “impacto
principal” do Prólogo é “que o cristianismo é verdadeiro e é capaz de
confirmação mediante o apelo aquilo que acontecera.” [3]
A palavra grega katecheo,
traduzida como “informado” ou “instruído” no versículo 4, deu origem à
palavra portuguesa catequese. Esse vocábulo significa também: doutrinar,
ensinar e convencer. Nesse contexto possui o sentido de “discipular”.
Lucas escreveu o seu Evangelho para formar discípulos. O discipulado,
para ser autêntico, deve fundamentar-se na veracidade dos fatos da fé
cristã. Nos primeiros versículos do seu Evangelho, Lucas revela,
portanto, quais seriam as razões da sua obra (Lucas 1.1-4). O terceiro
Evangelho foi escrito para mostrar os fundamentos das verdades nas quais
os cristãos são instruídos.
A veracidade dos fatos narrados por Lucas pode ser comprovada pela história.
III - A UNIVERSALIDADE DA SALVAÇÃO
1. A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO.
A
história da Salvação no terceiro Evangelho é revelada em seu aspecto
particular e universal. Sem dúvida a ênfase maior está na universalidade
da Salvação. Jesus veio para os judeus, mas não somente para estes, ele
veio também para os gentios. A Salvação é para todos! Esse
princípio teológico de Lucas fica em evidência quando se observa o lugar
que os excluídos ocupam nos seus registros. No anúncio do nascimento de
Jesus feito pelos anjos aos camponeses foi dito: “Vos trago boa-nova de
grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc 2.10). [1]
O
terceiro Evangelho registra as duas primeiras etapas e o livro de Atos,
a terceira (Lc 16.16). No contexto de Lucas a expressão a “Lei e os Profetas” é uma referência ao Antigo Testamento, onde é narrado o plano de Deus para o povo de Israel. A frase “anunciado o Reino de Deus”
se refere ao tempo de Jesus que, através do Espírito Santo, realiza e
manifesta o Reino de Deus. O tempo da Igreja ocorre quando o Espírito
Santo, que estava sobre Jesus, é derramado sobre todos os crentes.
2. A SALVAÇÃO EM SEU ASPECTO UNIVERSAL.
Todo
o povo, e não apenas os judeus, era objeto da graça de Deus. E inegável
a atenção que se dá aos pobres, excluídos e marginalizados no Evangelho
de Lucas. O Espírito Santo estava sobre Jesus para “evangelizar os
pobres” (Lc 4.18). É interessante observarmos que a palavra grega ptochoi,
traduzida como pobres, significa alguém que possui alguma carência. E
exatamente esses carentes que Jesus irá priorizar em seu ministério. Ele
dará grande atenção aos publicanos, pecadores, mulheres e aos
samaritanos que eram discriminados naquela cultura (Lc 5.32;
7.34-39;9.51-56; 10.3; 15.1; 17.16; 18.13; 19.10).
Essa
Salvação predita pelos profetas, anunciada pelos anjos e declamada em
forma poética pelo sacerdote Zacarias e Maria, mãe de Jesus, é também de
natureza escatológica. A teologia lucana mostra João anunciado a
chegada do Reino e Jesus estabelecendo-o durante o seu ministério.
Todavia esse Reino inaugurado pela manifestação messiânica (Lc 4.43;
8.1; 9.2; 17.21) ainda não está revelado em toda a sua extensão. Já
podemos, sim, viver a sua realidade no presente, mas a sua plenitude
somente na sua parousial (At 1.6-11).
Essa é a nossa esperança! [1]
Parousia
= A palavra Parousia foi usada pelos gregos para mostrar não só a
chegada senão a real estância ou presença subseqüente.
Todos estão incluídos no plano salvífico de Deus: gentios e judeus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A Verdadeira Identidade do Filho"
Os
aspectos-chave na vida de Jesus ajudaram os primeiros cristãos a
perceber, de uma forma nova e única, que Ele era o ‘Filho de Deus’.
• A encarnação. Jesus
foi concebido pelo poder do Espírito Santo de Deus, e não por um pai
humano. De forma consistente, também falou de como saiu ‘do Pai’ para
vir ‘ao mundo’ (Jo 16.28). Enquanto, para outros seres humanos, o
nascimento é o início da vida, o nascimento de Jesus era uma encarnação —
Ele existia como o Filho de Deus antes de seu nascimento humano. Jesus,
de forma distinta dos governantes pagãos, não era um filho adotado dos
deuses, mas sim o eterno Filho de Deus.
• O reconhecimento por Satanás e pelos demônios. Enquanto
a identidade verdadeira de Jesus, durante seu ministério terreno,
estava velada para seus discípulos, ela foi reconhecida por Satanás (Mt
4.3,6) e pelos demônios (Lc 8.28).
• A ressurreição e ascensão. Jesus
foi morto por afirmar que falava e agia como o Filho de Deus. A
ressurreição representou a confirmação de Deus de que Jesus falava a
verdade sobre si mesmo. Paulo apontou a ressurreição como a revelação ou
declaração da verdadeira identidade de Jesus como Filho de Deus (Rm
1.4). Depois da ressurreição, Jesus retornou ao Pai para ficar no lugar
de honra, à direita de Deus.
(Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, pp.34,35)
IV - A IDENTIDADE DE JESUS, O MESSIAS ESPERADO
1. JESUS, O HOMEM PERFEITO.
Seu
nome é Filho de Deus não por causa de quaisquer façanhas
extraordinárias ou por causa de uma graça que posteriormente se derrama
sobre Ele, mas por ter sido em essência e desde a eternidade o Filho
perpétuo de Deus – por isso ele também continuou sendo o Filho de Deus
no momento de se tornar humano, em virtude de sua maravilhosa geração,
ocorrida a partir de Deus por intermédio do Espírito Santo. Cristo é
verdadeiro Deus, porém da mesma maneira verdadeiro ser humano. Jesus é o
único ser humano que certamente precisava nascer, mas não renascer. [4]
Este
é o primeiro emprego que Lucas faz da expressão o Filho do homem, que
empregará, ao todo, vinte e seis vezes. É a designação predileta de
Jesus para Si mesmo, e acha-se mais de 80 vezes nos Evangelhos, e isto
em todos os estratos que os críticos discernem em todos os quatro
Evangelhos. É empregada somente por Jesus (excetuando-se Estêvão em At
7:56). Parece ser Sua maneira de referir-Se ao Seu messiado com o
emprego de um termo que não despertaria as associações erradas nas
mentes dos homens. O Filho do homem, pois, falou a palavra da cura e
ordenou o paralítico que tomasse seu leito e fosse para casa. [3]
Filho do homem.
Expressão hebraica que significa, principalmente, uma posição humilde,
depravação, ou ausência de privilégios especiais. Por cerca de oitenta
vezes essa expressão é usada para indicar Jesus, e não é usada com
referência a algum profeta por vir, como alguns supõem. Mateus 16:13-15
mostra que embora Jesus tivesse falado na terceira pessoa, o termo se refere a ele mesmo. Essa expressão pode conter dois sentidos principais:
1.
Apresentação de Jesus como ser humano típico, isto é, representante da
raça humana. Esse é o significado comum dos termos que contêm a
expressão «filho de».
2.
Identificação que Jesus fez de si mesmo com a personagem profética de
Daniel 7:13,14. Isso fica claro em I Co 16:13-17. Tudo indica que Jesus
usou esse termo com ambos os sentidos. Sua missão usualmente é
implícita, incluindo até a sua missão futura, ambas em um segundo
advento (Mateus 10:23), e como Juiz universal (João 5:22-27). Neste
versículo, a ênfase recai sobre a ideia de sua posição humilde, como
homem, ideia de desvalorização. [5]
No
Evangelho de Lucas, Jesus aparece como o “Filho de Deus” (Lc 1.35) e
“Filho do Homem” (Lc 5.24). São expressões messiânicas que revelam a
deidade de Jesus. A primeira expressão mostra Jesus como verdadeiro Deus
enquanto a segunda, que ocorre 25 vezes no terceiro Evangelho, mostra-o
como verdadeiro homem. Ele é o Filho do Homem, o Homem Perfeito. Ao
usar o título “Filho do Homem” para si mesmo, Jesus evita ser confundido
com o Messias político esperado pelos judeus. Como Homem Perfeito,
Jesus era obediente a seus pais. Todavia, estava consciente de sua
natureza divina (Lc 2.4-52). É como o Homem Perfeito que Jesus enfrenta,
e derrota, Satanás na tentação do deserto (Lc 4.1-13).
2. O MESSIAS E O ESPÍRITO SANTO.
O Espírito do Senhor é sobre mim, pois me ungiu para... (Lc 4.18)
Notem-se os cinco ofícios com que o Espírito Santo habilitou Jesus:
1)
Evangelista, “pois me ungiu para evangelizar os pobres”. Uma das marcas
mais notáveis da divindade do ministério de Cristo, em grande contraste
a qualquer outra obra no mundo, foi a de evangelizar “a toda criatura”,
inclusive aos pobres e desprezados.
2)
Médico, “enviou-me a curar”.Jesus, ao voltar do deserto, iniciou Sua
investida tríplice contra o reino de Satanás (Mt 4.23): O diabo dominava
os pensamentos dos homens, Jesus os livrara ensinando. O mesmo inimigo
escravizava a vontade dos homens, Jesus a libertava pregando o
Evangelho. Satanás afligia os corpos e as almas dos homens por meio de
doenças e demônios, Jesus os curava.
3)
Libertador, “a apregoar liberdade aos cativos”. Jesus é o verdadeiro
Emancipador, rompendo o poder do mal sobre a vida dos homens.
4)
Uurrúna/hr, “dar vista aos cegos”. Sua obra de restaurar vista aos
cegos servia como símbolo de Ele restaurar vista, também, aos olhos
espirituais. Note-se como Cristo primeiramente abriu os olhos físicos ao
cego de nascença (Jo 9) e depois seus olhos espirituais. Ele é que
ilumina, pois é a Luz do mundo. (Jo 9.5.)
5)
Restaurador, “anunciar o ano aceitável do Senhor.” (Comp. 2 Co 6.2.)
Isto é, Cristo anunciava a chegada da era de grandes favores dos céus
para os homens. Refere-se primeiramente ao ano do jubileu. (Lv 25.8-22.)
De cinqüenta em cinqüenta anos o sacerdote tocava a trombeta anunciando
a vibrantíssima notída de que chegara o dia 1) de todos os escravos
ficarem livres, 2) de todas as terras reverterem aos seus primeiros
proprietários, 3) de perdão generoso de dívidas. O Senhor pregava,
proclamando, o jubileu espiritual, quando os cativos de Satanás foram
soltos, quando a dívida do pecado foi cancelada, e quando a herança
perdida pelo primeiro Adão, foi restaurada pelo segundo Adão. [6]
Lucas
revela que Jesus, o Messias, como Homem Perfeito, dependia do Espírito
Santo no desempenho do seu ministério (Lc 4.18). Isaías, o profeta
messiânico, mostra a estreita relação que o Messias manteria com o
Espírito do Senhor (Is 11.1,2; 42.1). O Messias seria aquele sobre quem
repousaria o Espírito do Senhor, tal como profetizara Isaías e Jesus
aplicara a si, na sinagoga em Nazaré (Lc 4.16-19; Is 61.1).
Lucas apresenta Jesus como o Filho de Deus e o Filho do Homem, ressaltando tanto a sua humanidade quanto a sua divindade.
“Lucas
descreveu como o Filho de Deus entrou na História. Jesus viveu de forma
exemplar, foi o Homem Perfeito. Depois de um ministério perfeito, Ele
se entregou como sacrifício perfeito pelos nossos pecados, para que
pudéssemos ser salvos.
Jesus
é o nosso Líder e Salvador perfeito. Ele oferece perdão a todos aqueles
que o aceitam como Senhor de suas vidas e creem que aquilo que Ele diz é
a verdade”
(Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.1337)
O
terceiro Evangelho é considerado a coroa dos Evangelhos sinóticos.
Enquanto o Evangelho de Mateus enfoca a realeza do Messias e Marcos o
poder, Lucas enfatiza o amor de Deus. Lucas é o Evangelho do Homem
Perfeito; da alegria (Lc 1.28; 2.11; 19.37; 24.53); da misericórdia (Lc
1.78,79); do perdão (7.36-50; 19.1-10); da oração (Lc 6.12; 11.1;
22.39-45); dos pobres e necessitados (Lc 4.18) e do poder e da força do
Espírito Santo (Lc 1.15,35; 3.22; 4.1; 4.14; 4.17-20; 10.21; 11.13;
24.49). Lucas é, portanto, o Evangelho do crente que quer conhecer
melhor o seu Senhor e ser cheio do Espírito Santo.
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
A quem é atribuída a autoria do terceiro Evangelho?
A autoria é atribuída a Lucas, o médico amado.
Como devemos entender o termo “informado” usado por Lucas no capítulo 1 do seu Evangelho?
O vocábulo significa também “doutrinar”, “ensinar” e “convencer”.
Como Jesus é revelado no Evangelho de Lucas?
Ele é revelado como “Filho de Deus” e “Filho do Homem”.
As expressões “Filho do Homem” devem ser entendidas em que sentindo no terceiro Evangelho?
Devem ser entendidas como expressões que mostram o relacionamento de Jesus com a humanidade.
De acordo com a lição, como é considerado o terceiro Evangelho?
Ele é considerado a coroa dos Evangelhos Sinóticos.
[1]José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. Editora CPAD.
[2]RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.Editora CPAD.
[3]Leon L. Morris. Lucas. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
[4]Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
[5]CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 343.
[6]Orlando S. Boyer. Espada Cortante 2. Editora CPAD.
Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição.RJ-CPAD
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD
Bíblia Defesa da Fé
Estudando a lição da EBD-Estuda a Licao ebd
Revista Ensinador Cristão - CPAD
http://aquieuaprendi.blogspot.com.br